O vereador Luiz Antonio Crivelari, o Capitão Crivelai (PSD), protocolou na noite de ontem (27/06) dois pedidos de abertura de Comissões Especiais de Inquérito (CEI) na Câmara de Americana. Em um dos casos, a CEI visa investigar possíveis desvios de dinheiro da Cooperteto – Cooperativa Nacional da Habitação e Construção-, e em outro, questiona uma provável distorção em uma dívida de cerca de R$ 5,6 milhões que a Câmara tem com ex-vereadores da legislatura 1989-1992. Ambos os pedidos de implementação de CEIs foram assinados por 18 dos 19 vereadores, registrando apenas a discordância do pedetista Marco Antonio Alves Jorge, o Kim.
No caso da Cooperteto, segundo denúncias, a instituição estaria comprando terrenos por valores superiores aos praticados pelo mercado e cobrando uma taxa de R$ 1,5 mil dos cooperados para a liberação dos contratos- medidas que incitam a desconfiança de prováveis desvios de verbas.
Outra irregularidade denunciada afirma que pessoas não inscritas na lista de beneficiados com casas populares estariam pagando propina à diretoria da Cooperteto para ter acesso à compra de imóveis dos associados inadimplentes.
Dívidas ex-vereadores
Outra CEI protocolada por Crivelari busca averiguar a conduta dos vereadores de 1988 que culminou com ação que deu início a um crédito milionário aos ex-parlamentares da legislatura 1989-1992. De acordo com ele, a investigação será na composição do cálculo que gerou uma dívida indenizatória de R$ 5,6 milhões a um grupo de dez ex-vereadores - incluindo o atual parlamentar Moacir Romero (PT) que, na época, exercia seu primeiro mandato.
A indenização foi gerada após a alteração nos vencimentos dos parlamentares através da aprovação de uma resolução pelos vereadores da legislatura que terminou em 1988. A mudança foi feita após o resultado das eleições municipais daquele ano, o que resultou numa redução de cerca de 60% nos subsídios dos vereadores que assumiram o mandato seguinte.
No início da ação, o valor da indenização pleiteada era de R$ 500 mil e foi multiplicado em função dos sucessivos recursos apresentados pela Câmara, que prolongaram a tramitação do processo por mais de uma década. Hoje, avalia-se que o montante esteja na casa de 5,6 milhões. “O que queremos é que se apure a composição dessa conta e para que se apele a esses ex-vereadores que abram mão dessa quantia em prol dos cidadãos Americanenses”, disse Crivelari.
Ordem
Segundo Crivelari, a CEI que pretende investigar a Cooperteto deve ser a primeira dentre as duas a entrar em pauta e deve andar concomitantemente com a CEI elaborada pela oposição, também protocolada ontem, que pretende investigar uma suposta dívida do Ameriprev (Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos Municipais de Americana).
