Em respeito e reconhecimento à legitimidade das reivindicações dos
agentes penitenciários do Estado de São Paulo, declaro, através desse manifesto,
meu total apoio à categoria. Assim como ocorreu há poucos meses com os
funcionários da Polícia Civil e como relatam diariamente os trabalhadores da
Polícia Militar, os agentes penitenciários sofrem com a total inabilidade por
parte do Governador Geraldo Alckmin e sua equipe para dialogar com os
servidores que atuam na segurança
pública.
Os agentes entraram hoje no quarto dia de greve com adesão de
90% da categoria. Ao todo, 27 mil dos 30 mil servidores estão parados.
Somente dezesseis dos 158 centros de detenção do Estado não aderiram
à greve, segundo o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado
de São Paulo (Sindasp).
Os agentes reivindicam correção do reajuste
salarial, de 20,64%, referente ao período da inflação aos exercícios de 2007 a
2012, e mais 5% de aumento real do salário; correção do auxílio-alimentação e
fim do teto base; fardamento ou valor em dinheiro; interstício de três anos e
promoção de 30% dos funcionários ao ano; aposentadoria integral aos 25 anos de
contribuição e mais a paridade; convocação remunerada durante a realização de
blitz; criação de mais uma folga SAP, totalizando duas ao mês e redução de
classes.
As contrapropostas apresentadas pelo Governador, na última terça-feira,
não foram aceitas pela categoria. O mandatário do Estado apenas concordou em
estudar a correção em 60 dias e não aceitou a proposta do corte de duas
categorias. Nem mesmo o pagamento do bônus, ele concedeu. Sem diálogo, a classe
decidiu pela a continuidade do movimento que deverá desencadear em momentos de
tensão nos próximos dias, especialmente, com a chegada do final de semana,
quando ocorrem as visitas aos detentos.
A paralisação por tempo indeterminado suspendeu diversos serviços do
sistema, como transferência de presos, visita de advogados e agentes, oitivas e
saídas para trabalho. Apenas os serviços de atendimento à saúde, alimentação e
banho de sol estão mantidos.