A
Câmara de Americana vota, amanhã (13/09), o projeto de emenda à Lei Orgânica do
Município (LOM), de autoria do vereador Luiz Antonio Crivelari, o Capitão
Crivelari (PSD), que autoriza a implantação de cemitérios verticais na cidade. A
votação acontece em sessão extraordinária marcada para as 9h, no plenário da
Câmara.
Segundo
o autor do projeto, a proposta de alteração na LOM é uma alternativa viável
para sanar uma questão em pauta nas cidades de médio e grande porte que
enfrentam superlotação em seus cemitérios municipais. “Em Americana, nossos cemitérios, tanto
o da Saudade e quanto do Parque
Gramado, estão
obsoletos e superlotados de jazidas localizadas nas vias internas de
circulação, nos corredores, e em outros locais inusitados que afrontam o
respeito que devemos ter com os mortos”, justificou.
Crivelari
explica que nos cemitérios verticais o corpo é
sepultado em lóculos (gavetas), que são sobrepostos e divididos em andares, o
que permite um melhor aproveitamento da área destinada ao cemitério em
comparação com o modelo horizontal. “No tradicional, um túmulo ocupa cerca de
2,5 metros quadrados, comporta cerca de três jazigos e necessita de mais cinco
ou seis metros quadrados, dependendo de sua sofisticação, para alamedas,
equipamentos, áreas verdes e administração, podendo chegar a 10 metros
quadrados ou mais, por túmulo. Enquanto que no cemitério vertical, em dois
metros quadrados, são edificados seis jazigos por andar”, elucidou, destacando,
inclusive, a facilidade que o modelo apresenta para o controle de quantidade de
lóculos.
Para Crivelari, a adoção de cemitérios verticais
representa também uma evolução em termos ambientais e sanitários, pois, permite
que os sepultamentos se realizem em lóculos estanques acima do solo, fazendo
com que os líquidos oriundos da decomposição dos corpos (chorume) não entrem em
contato com o lençol freático, impossibilitando, assim, qualquer impacto
negativo. “O segredo é que nesse método não há contato direto com o solo já que tudo é isolado por placas de concreto",
explicou.
Outro argumento usado por Crivelari em defesa da
propositura está relacionado às questões culturais e religiosas. “Sabemos que nossos cemitérios são
dominantemente católicos, o que acaba por constranger o sepultamento dentre as
famílias de entes que pertencem a outras religiões. Neste outro modelo, a ideia
é criar alas sem simbologias religiosas”, afirmou, citando os municípios como
São Paulo, Curitiba, Sorocaba e Santos, como locais onde o modelo vertical de
sepultamento funciona em eficiência.
Se aprovada, a emenda na lei permitirá que tanto a
iniciativa privada quanto o poder público invistam nesse segmento. Crivelari adiantou
que algumas empresas da região já demonstraram interesse em investir no projeto
em Americana, mas ainda não há estimativas quanto ao valor a ser aplicado no
empreendimento.