quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Câmara vota amanhã proposta de cemitério vertical






A Câmara de Americana vota, amanhã (13/09), o projeto de emenda à Lei Orgânica do Município (LOM), de autoria do vereador Luiz Antonio Crivelari, o Capitão Crivelari (PSD), que autoriza a implantação de cemitérios verticais na cidade. A votação acontece em sessão extraordinária marcada para as 9h, no plenário da Câmara.
Segundo o autor do projeto, a proposta de alteração na LOM é uma alternativa viável para sanar uma questão em pauta nas cidades de médio e grande porte que enfrentam superlotação em seus cemitérios municipais. “Em Americana, nossos cemitérios, tanto o da Saudade e quanto do Parque Gramado, estão obsoletos e superlotados de jazidas localizadas nas vias internas de circulação, nos corredores, e em outros locais inusitados que afrontam o respeito que devemos ter com os mortos”, justificou.
Crivelari explica que nos cemitérios verticais o corpo é sepultado em lóculos (gavetas), que são sobrepostos e divididos em andares, o que permite um melhor aproveitamento da área destinada ao cemitério em comparação com o modelo horizontal. “No tradicional, um túmulo ocupa cerca de 2,5 metros quadrados, comporta cerca de três jazigos e necessita de mais cinco ou seis metros quadrados, dependendo de sua sofisticação, para alamedas, equipamentos, áreas verdes e administração, podendo chegar a 10 metros quadrados ou mais, por túmulo. Enquanto que no cemitério vertical, em dois metros quadrados, são edificados seis jazigos por andar”, elucidou, destacando, inclusive, a facilidade que o modelo apresenta para o controle de quantidade de lóculos.
Para Crivelari, a adoção de cemitérios verticais representa também uma evolução em termos ambientais e sanitários, pois, permite que os sepultamentos se realizem em lóculos estanques acima do solo, fazendo com que os líquidos oriundos da decomposição dos corpos (chorume) não entrem em contato com o lençol freático, impossibilitando, assim, qualquer impacto negativo. “O segredo é que nesse método não há contato direto com o solo já que tudo é isolado por placas de concreto", explicou.
Outro argumento usado por Crivelari em defesa da propositura está relacionado às questões culturais e religiosas.  “Sabemos que nossos cemitérios são dominantemente católicos, o que acaba por constranger o sepultamento dentre as famílias de entes que pertencem a outras religiões. Neste outro modelo, a ideia é criar alas sem simbologias religiosas”, afirmou, citando os municípios como São Paulo, Curitiba, Sorocaba e Santos, como locais onde o modelo vertical de sepultamento funciona em eficiência.
Se aprovada, a emenda na lei permitirá que tanto a iniciativa privada quanto o poder público invistam nesse segmento. Crivelari adiantou que algumas empresas da região já demonstraram interesse em investir no projeto em Americana, mas ainda não há estimativas quanto ao valor a ser aplicado no empreendimento.