quinta-feira, 7 de março de 2013

CRIVELARI HOMENAGEIA MULHERES PELO SEU DIA


“NEC DOMINA, NEC ANCILLA, SED SOCIA”

O brocardo sintetiza o desejo do jurista Hugo de São Vitor no distante século XII, no entanto, ainda hoje ecoa como a definição mais sensata e inteligente do papel da mulher na nossa sociedade.

Foi preciso séculos e séculos para que essa figura maravilhosa tivesse realmente a sua participação efetiva e contundente no nosso meio. Lutou bravamente e até se sacrificou com mortes e sofrimentos incompreensíveis à medida que o ser masculino, dotado de força muscular e complexão física avantajada, tirando proveito desse atributo nefasto, a colocou sob jugo de sofrimento e escravidão até que os iluminados de nosso século, muito que tardiamente, possa se dizer, deu lhe a devida condição de paridade.

A mulher passou por fases distintas de um obscurantismo e servidão na Idade Média até a uma tênue abertura dada pelo Cristianismo que ainda lhe impunha regras de convivência que ainda a mostrava como ser inferior no contexto da humanidade. Elas nunca reivindicaram o poder absoluto, com raros lampejos individuais de domínio de poder absolutista, a luta do ser feminino sempre foi pela paridade dos direitos. Reivindicar aquilo que lhe é direito natural sempre foi à luta permanente da mulher. A visão de meninas e mulheres sem qualquer direito e mesmo poder na sociedade romana, a questão da virgindade doutrinada muitas das vezes por princípios religiosos e a conduta relegaram a mulher a um segundo plano e em alguns países a plano nenhum, equiparando-a a mera coisa. Elas porem nunca se abstiveram da vontade de satisfazer a sua sede de conhecimento e foi por esse caminho estreito mas sólido que a mulher conseguiu paridade, igualdade, respeito que naturalmente já deveriam ter numa sociedade eminentemente machista e conservadora.

Foi preciso tempo, muito tempo, protestos e mortes para que deixassem a condição que não queriam e nem almejavam, mas que são por natureza de “domina”, pois não pleitearam serem donas e absolutas no poder e se desvencilhassem de toda e qualquer condição ultrajante de “ancilla”, ou seja, escrava, pois esta condição, em hipótese alguma, lhes cabe, e nós temos esse reconhecimento, embora que tardio e ainda hoje de maneira injusta basta olhar para as mulheres que exercem atividades fora do lar que fazem jornadas duplas quando não triplas de trabalhos. Trabalham fora de casa, fazem toda atividade do lar e ainda são mães, e nesse ponto basta atentar que a história da humanidade não registra um só caso de um homem que tenha gerado um filho para darmos conta de que estamos tratando com uma “sócia” que tem prerrogativas impostas pela natureza, que superam todas e quaisquer outras.

Ao comemorarmos a data mundial que homenageia a mulher devemos nos reverenciar simbolicamente sim, mas devemos muito mais no dia a dia mudarmos de maneira definitiva e absoluta  o nosso conceito sobre esse magnífico ser que nos cerca. Fica aqui nosso tributo, respeito, consideração, admiração e, sobretudo reconhecimento à MULHER, ser dotado de capacidades muito além que nossa vã filosofia masculina e estigmatizada pode compreender.